A busca de curso de inglês para disléxicos é frequente entre alunos adultos e pais. Porém, não é qualquer curso de inglês que atenderá às necessidades desses aprendizes. Neste artigo explicarei porque aprender inglês para disléxicos pode ser uma tarefa tão difícil, qual o melhor caminho de aprendizado e como superar esse desafio e aprender a falar inglês.
Antes de mais nada, gostaria de me apresentar. Meu nome é Rodrigo Guimarães, sou Especialista em Ensino de Línguas Estrangeiras e criador do método Spindow e, desde 2015, recomendado pela Associação Brasileira de Dislexia e pelo Centro Especializado em Distúrbios de Aprendizagem para o ensino de inglês para disléxicos e para alunos com outros distúrbios de aprendizagem.
Inglês para disléxicos: por que pode ser mais difícil?
Frequentemente, as pessoas não entendem os motivos que baseiam a dificuldade de aprender inglês para disléxicos. Vamos entender isso de uma vez por todas.
Rodrigo Guimarães, criado do método Spindow
Primeiramente, o que é dislexia?
Segundo a International Dyslexia Association, “A Dislexia do desenvolvimento é considerada um transtorno específico de aprendizagem de origem neurobiológica, caracterizada por dificuldade no reconhecimento preciso e/ou fluente da palavra, na habilidade de decodificação e em soletração. Essas dificuldades normalmente resultam de um déficit no componente fonológico da linguagem e são inesperadas em relação à idade e outras habilidades cognitivas.”
Em outras palavras, o aluno disléxico terá mais dificuldade de fazer uma relação fonema-grafema, ou seja, de associar o som da palavra com sua forma escrita. Isso acontece pois sua rota fonológica não acessa todos os componentes que um cérebro não disléxico acessa.
Como resultado, a leitura e escrita pode ser um grande desafio para o aluno com dislexia, que muitas vezes precisará de intervenções que o ajudem a criar estratégias para este aprendizado. Mas por que aprender a falar inglês é ainda mais difícil?
A relação “inglês – dislexia”
Há uma forma de classificar as línguas de acordo com sua complexidade. Elas são divididas em “línguas transparentes” e “línguas opacas”. Quanto mais transparente for a língua, maior é a correspondência direta entre fonema e grafema, ou seja, a palavra é lida exatamente da forma que é escrita, às vezes, sem nenhuma variação.
Em contrapartida, quanto mais opaca for a língua, maior é a variação de correspondência entre fonemas e grafemas, ou seja, um grafema pode ter mais de um fonema e vice-versa. Em outras palavras,, uma letra ou sílaba pode ter mais de uma pronúncia.
Estudos mostram que línguas como o Finlandês ou Italiano chegam a ter até 90% de correspondência entre fonemas e grafemas, tornando-se línguas mais transparentes. Por outro lado, o inglês teria apenas cerca de 13%, tornando-se uma língua bastante opaca.
Como resultado, entendendo que a rota fonológica do disléxico não acessa a região Occipital-temporal e Parietal-temporal, responsáveis por identificar as letras e dar significado às palavras, esse processo de aprendizagem pode se tornar sofrido e penoso.
Mas existem caminhos para tornar esse processo possível e até prazeroso. É o que conto abaixo.
O método multissensorial como caminho
Dessa forma, o método multissensorial se torna o mais adequado para o aluno disléxico. Mas o que significa método multissensorial?
Quando falamos em método multissensorial, ou mesmo em alfabetização multissensorial, estamos falando em combinar a utilização de estímulos auditivos, visuais e cinestésicos-corporais para promover aprendizagem. Em Spindow sabemos que a combinação desses canais sensoriais cria estilos de aprendizagem únicos e que oferecer acesso a estes diferentes estilos de aprendizagem é a chave para promover um ensino inclusivo e motivador.
Estilos de aprendizagem
Cada um de nós tem um caminho natural para o aprendizado. Recebemos, processamos e armazenamos as informações de maneiras diferentes e utilizando nossos canais sensoriais. E uma vez que entendemos isso, podemos começar a criar estratégias de ensino que atendam os mais diversos estilos de aprendizagem, incluindo alunos com dislexia ou outros distúrbios de aprendizagem.
Mas além disso, agora vamos adicionar um elemento fundamental para que o curso de inglês para disléxicos seja um sucesso e promova resultados satisfatórios. Portanto, vamos olhar de forma bem prática para o que acontece nos hemisférios cerebrais de um disléxico.
Usando o lado direito do cérebro
Falamos anteriormente que o cérebro disléxico não acessa as mesmas regiões cerebrais que o cérebro não disléxico. Para compensar esta falta o disléxico acaba potencializando outras regiões do cérebro. É exatamente neste ponto que temos diversas potencialidades para explorar.
Se observarmos a imagem abaixo, vemos que o disléxico acessa componentes do lado direito do cérebro, como uma forma de compensar a não utilização das regiões Occipital-temporal e Parietal-temporal. Dessa forma, a chave está em entender como esse lado direito do cérebro aprende e como podemos acessá-lo.
O lado direito do cérebro tem três características bem interessantes: ele pensa em rede, busca a imagem do todo e tenta entender a conexão entre as partes. Além disso, o lado direito do cérebro está relacionado ao pensamento criativo, resolução de problemas e à expressão artística. Trabalhamos este tema com profundidade em nosso programa para multiplicadores do Spindow, o Multisensory Learning Program.
Com todas essas características é fundamental que o aluno com dislexia possa vivenciar o aprendizado de outra forma.
Pensamento linear x pensamento radial
A maioria dos materiais e métodos (inclusive este texto) está organizado de forma linear (ou seja, literalmente, em linhas). Isso tem sua importância, mas certamente não é a forma preferida do lado direito do cérebro. O lado direito do cérebro aprender melhor de forma radial. Sabe o que isso significa?
O pensamento radial, sistêmico ou exponencial, nos permite perceber e criar novas conexões entre as partes que compõe o todo. Permite que haja a consideração de múltiplos focos, aspectos, variáveis, partes e relações. Além disso, nos dá a capacidade de transformar um modelo mental linear em um mindset exponencial.
Outra maneira de entender o pensamento exponencial é compreender o conceito matemático. Neste caso, o crescimento linear é uma progressão 1+. Ou seja, 1 se torna 2, que se torna 3, que se torna 4 e assim por diante. Já o crescimento exponencial é a multiplicação repetida de uma constante: 1 se torna 2, que se torna 4, que vira 8 e só aumenta.
É justamente a mudança de um paradigma linear para outro radial e de forma multissensorial que fará uma grande diferença para o aluno disléxico. Proporcionando uma série de benefícios, como desenvolvimento de funções executivas, desenvolvimento cognitivo e melhora no desempenho em outras matérias.
Nosso curso de inglês para disléxicos
Material de inglês multissensorial
Os alunos Spindow contam com material de inglês multissensorial exclusivo. Um deles é o tabuleiro Spindow, que está disponível nas versões física e online. Com o tabuleiro Spindow é possível organizar estruturas, ideias e pensamentos em inglês, auxiliando a fala e a prática da oralidade.
Veja um exemplo de atividade usando o tabuleiro do Spindow online. Nesta atividade, podemos perceber a multissensorialidade e o estímulo ao pensamento sistêmico-radial na prática para trabalhar um tema básico e extremamente importante para o aprendizado do inglês
Spinning books e as dinâmicas das aulas
As dinâmicas das aulas envolvem o uso do tabuleiro Spindow a partir de um material didático inclusivo, os Spinning Books, com temas variados. As atividades trazem a multissensorialidade para o centro do aprendizado, permitindo uma melhor integração dos sentidos e com isso maior assimilação.
Através dos Spinning Books o aluno desenvolve fluência, cognição e autoconhecimento.
Professores certificados
Primeiramente, em nosso curso de inglês para disléxicos, os alunos contam com professores certificados que conhecem nosso método a fundo e tem uma visão inclusiva da educação. Em nosso site, você pode conhecer o perfil desses professores. Dessa forma, valorizamos o que consideramos ser um dos elementos mais importantes, a relação professor-aluno.
Aulas online individuais, em dupla ou trio
Com a atenção personalizada do professor, você pode escolher fazer aulas individuais, em dupla ou trio. É importante dizer que temos uma plataforma online que torna o aprendizado online ainda mais produtivo que o presencial. Além disso, nossos alunos também contam com atividades extras e plantões de dúvida 3 vezes por semana para se manterem ativos no processo de aprendizagem.
Gostou desse artigo e precisa de ajuda para aprender inglês? Entre em contato conosco. Ou, se você quer ajudar um aluno com dislexia a aprender a falar inglês, conheça nossos programas para ensinar com Spindow.